segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Precisamos de uma nova Reforma?

Eu responderia com um eloqüente, sim!

Nesses dias vemos os decorridos 491 anos, em que num derradeiro 31 de outubro, o então monge católico Martinho Lutero afixou nas portas da catedral de Wittenberg suas atualmente reconhecidas 95 teses, que versavam principalmente sobre a singularidade e pureza da Bíblia como única fonte de regra de fé e prática, sobre o questionamento da natureza da penitência, sobre a justificação pela fé e contra a soberania humana sobre as questões divinas.

O contexto espiritual e moral da Reforma Protestante foi marcado por um tempo de cristianismo deturpado e pela centralidade da instituição romana como fonte de moralidade. Se por um lado o pecado era justificado através do pagamento de indulgências para fins de salvação, como se a graça de Deus pudesse ser medida através do poder econômico, por outro lado a instituição era erigida como a medida de todas as coisas, como se as regras e princípios em si mesmos pudessem salvar ou santificar alguém. Isso resultou numa conjuntura miserável, em que os homens exerciam domínio uns sobre os outros com violência, construindo um contexto social de extrema desigualdade e sustentando um sistema moral vazio de sentido.

Transcorrido o tempo, chegamos aos dias atuais em circunstâncias semelhantes, visto que nossa espiritualidade tem sido fundamentada na fé que habita em palácios e construções monumentais, na confiança que se sustenta na razão, no conhecimento e nos títulos. Além do mais, a essencialidade da nossa fé tem se apoiado muitas vezes apenas em emoções e revelações dos “profetas” dos nossos dias. No plano moral, sustentamos conflitos e pontos de vista baseados em um individualismo que mina os laços sociais e que promove muito mais a disputa entre as pessoas do que o vínculo entre elas. Ainda, materializamos nossas relações tanto com Deus, quanto com as pessoas, fazendo com que essas interações sejam mediadas pelo auto-interesse, pelo sustento de status e pelo auto-engrandecimento.

Dessa forma, os genuínos cristãos, a seu tempo, não tem apenas o compromisso de professar os princípios básicos da fé cristã, à luz das Escrituras; mas é também de sua responsabilidade transmitir as verdades imutáveis à geração em que se situa. Esse desafio consta da compreensão das formas de pensamento do tempo presente e sua depuração através do padrão de Cristo.

Assim, a nova reforma necessária não é a de dimensões continentais e arrebatadora como a do passado, pois esta já tem o seu lugar na história. Mas a nova reforma, como a de outrora, deve iniciar-se com um reavivamento espiritual operado por Deus, que começou com uma experiência pessoal de conversão (Lutero), incorporada no axioma de que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, proclamando: que o “justo viverá por fé” (Rm 1:17). E, como a geração contemporânea tem como pressuposto que as ideologias, pontos de vista e opiniões sejam sustentados pela razão e por fatos concretos, temos, então, por imperativo do tempo presente, demonstrar a nossa fé em nossas práticas cotidianas, em nossas relações e em nossa conduta de vida, demonstrando uma a fé que age acima da lei dos homens, sendo assim uma fé que atua pelo amor (Gl. 5:6).

Você pode ser a mudanças que deseja ver no mundo!!!

Um comentário:

Alberto M. de Oliveira (Betochurch) disse...

Ola, tudo bem?
Adorei o blog de vocês, passei a segui-lo e colocarei ele na minha lista de blogs favoritos, em meu blog.
Aliás, gostaria de convidá-los a visitarem o meu blog: www.ecclesiareformanda.blogspot.com. Eu, na época do aniversário da Reforma, elaborei 5 textos sobre ela e a necessidade de nova reforma.
Parabéns pelo seu espaço.
Abraços
Alberto M de Oliveira