sábado, 20 de março de 2010

Salomão 3 - Alma, tempo e eternidade


Assim como a alma humana é diversa, entendo que o tempo também o é. Quão variados sentimentos e virtudes podem ser força propulsora no interior do ser humano, como diversos e múltiplos são os caminhos que o tempo pode desenhar na tela da história.

Olhando para disposição da vida vejo que existe tempo para tudo e acredito que o Criador tenha feito a alma humana semelhante ao tempo para que os dois se tornassem um e muitos em uma só vez.

Observei que a variedade do tempo e da alma revela que tudo tem sua vez, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de entristecer e tempo de saltar de alegria; tempo de desarranjar e tempo de organizar; tempo de abraçar e tempo de afastar-se; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de abrir mão; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.

Como a alma e o tempo se encontram para tornar os dois possíveis. Acredito que o Criador tenha plantado a eternidade no coração do homem, para fazer a própria humanidade possível.

A humanidade se define pela infinitude de possibilidades, no entanto, as obras do seu início e fim não lhes são reveladas. Mas o Criador incorporou na mente do homem a ideia de eternidade justamente para que esse busque as coisas sublimes, maiores que ele mesmo, que transcendem a sua própria existência. Pela necessidade visceral de se eternizar os homens são capazes de amar, de cultivar amizades, de fazer política e escrever poesias. E ao fazer isso eles se tornam mais parecidos com o Criador, que tem a eternidade em quintessência.
Eliéser Ribeiro

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