sexta-feira, 18 de dezembro de 2009


Ágape


Seria o amor apenas desejo e alegria? E que diremos daquele sentimento de generosidade, de caridade, de concessão, de doação, de altruímos? Na manifestação do amor ágape o indivíduo abre mão do seu direito, ou de sua vontade por amor ao outro, para atender a necessidade.

Essa forma de amor é demonstrada principalmente por Deus, mas apresenta exemplares entre os casais, entre mãe e filho, entre alguns amigos, entre filantropos. Esse amor se assemelha a caridade, é gratuito, sem motivo, sem interesse e até mesmo sem justificação.

O ágape é um amor criador. O amor divino não se dirige ao que já é em si digno de amor; ao contrário, ele toma como objeto o que não tem nenhum valor em si e lhe dá um valor. O ágape nada tem em comum com a amor que se funda na constatação do valor do objeto a que se dirige [como faz eros, mas como também faz philia, quase sempre]. O amor ágape não constata valores, cria-os. Ele simplesmente ama e com isso, confere valor. O ser humano amado por Deus não tem nenhum valor em si; o que lhe dá um valor é o fato de Deus amá-lo. O ágape é um princípio criador de valor. Só se torna amável aquilo que amamos antes.

O amor pode ser expresso pelo desejo do eros, pela alegria do amor philia, mas principalmente pela criação produzida pelo amor ágape, que completa todo um princípio fundador do sentimento e da ação.

Vemos em:

1 Coríntios 13
1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.
2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
3 E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.
4 O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece,
5 não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal;
6 não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade;
7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará;
9 porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.
10 Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado.
11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.
12 Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.


Esse texto apresenta a excelência que é o amor, mostrando a suas qualidades e indispensabilidade. O texto também destaca a sua característica eterna, dizendo que ele jamais acaba. E por fim a sua perfeição na total ausência de interesse próprio. O amor busca o bem do próximo, e a sua verdadeira medida é o quanto ele dá para que se alcance tal fim. Mais do que simples emoção, o amor se configura como um princípio de ação.

Em breve virão as outras duas manifestação do amor: eros e philia

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